quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Icterícia do bebê





Icterícia do bebê é a cor amarelada que aparece na pele dos recém-nascidos na primeira semana de vida. Algumas vezes, observamos que a esclera (parte branca dos olhos) e a parte interna da boca também ficam com esta cor amarelada. A maioria dos bebês recém-nascidos tem icterícia, alguns de grau muito leve, quase imperceptível e outros de grau mais intenso.


Os bebês normais têm a chamada icterícia fisiológica que tem este nome por ser considerada um fenômeno natural no desenvolvimento dos bebês. Ela é o resultado da combinação de dois fatores principais: uma maior destruição de células vermelhas do sangue após o nascimento e uma imaturidade do fígado para metabolizar (limpar) os resíduos desta destruição. Estes resíduos têm a cor amarelada (são as bilirrubinas) e acabam se depositando na pele e nas mucosas do bebê.

Quando as bilirrubinas estão em níveis muito altos, elas podem se depositar não só na pele, mas também no sistema nervoso do bebê, causando problemas neurológicos à criança.

Para evitar que os níveis de bilirrubinas aumentem muito, a criança é colocada no banho de luz, pois a incidência da luz na pele do bebê ajuda na metabolização das bilirrubinas que estão na pele.

Há situações em que a icterícia pode ser mais intensa, por exemplo, nos casos de bebês prematuros ou com incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o bebê, por exemplo quando a mãe é Rh- e o bebê Rh+. Nestes casos, pode ser necessário que o bebê fique por um tempo mais prolongado no banho de luz e, em casos raros e muito graves, o pediatra fará a troca de todo o sangue do bebê para retirar as bilirrubinas que estão circulando.

Porém, na grande maioria dos casos, a icterícia desaparece nos primeiros 15 dias de vida, sem quaisquer complicações.






quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Desidratação





A desidratação resulta da perda excessiva de água pelo organismo. Todos nós temos a maior parte do nosso corpo composto de água. Cerca de 60% do peso de um adulto é atribuído a líquidos. Na criança, esta quantidade é ainda maior e aproximadamente 75% do seu peso corporal corresponde à água. As crianças menores têm maior risco de desidratar, pois até os 4 anos de idade os seus mecanismos de retenção de líquido no organismo ainda estão em desenvolvimento. Por este motivo, elas são mais suscetíveis à desidratação.

As principais causas de desidratação na infância são: os distúrbios gastrintestinais, como a diarréia, que é uma das principais causas de desidratação, os vômitos, que aceleram a perda de líquidos, a febre, que favorece a perda de líquidos pela pele e pela respiração, a sudorese excessiva e a insuficiente ingestão de água, por rejeição nos casos de estomatite ou infecção de garganta.

A criança fica desidratada porque perde muito líquido e não consegue repô-lo em quantidade suficiente. Em outras palavras, ela fica com um déficit de líquidos e de eletrólitos, como o sódio e o potássio.

O principal sintoma da desidratação é a sede. A boca fica seca com pouca saliva. O volume de urina também diminui e a coloração pode se tornar amarela escura e com cheiro mais forte do que o habitual. As crianças rapidamente ficam com os olhinhos fundos e muitas vezes, ao chorar, elas não apresentam lágrimas. A pele fica mais seca. Os pequenos em processo de desidratação ficam mais quietos, sonolentos e prostrados, sem disposição para as habituais brincadeiras e travessuras. Algumas vezes, podem também ficar mais irritados. Em bebês, a moleira pode se apresentar mais funda que o normal.

O pediatra avalia estes sinais e sintomas e indica o tratamento mais apropriado para cada situação.

Nas desidratações leves, o tratamento por boca, com oferta de líquidos é suficiente para deter o processo de perda de água pelo organismo. Porém, dependendo da intensidade da perda de líquidos, uma criança pode ficar desidratada em poucas horas. Nestes casos, o pediatra poderá detectar a necessidade de hidratação com soro via endovenosa.

Com o verão chegando, para prevenir a desidratação, medidas simples podem ser adotadas. Os pais devem estar atentos à temperatura ambiente, evitando exposição excessiva ao calor, oferecendo líquidos com freqüência e vestindo as crianças com roupas leves.






terça-feira, 22 de novembro de 2011

Manchas de nascença





Manchas de nascença chamam muito a atenção dos pais. Será que é algo sério? Vai sumir? É preciso fazer algo? Estas são as perguntas mais frequentes dos pais ao trazerem seu bebê à consulta. Mas, a grande maioria destas marcas não representam problemas e tendem a desaparecer com o tempo. Vamos entender um pouco mais sobre as manchas mais frequentes e quais casos merecem cuidados maiores.


Hemangiomas




Os hemangiomas podem ser de dois tipos: hemangioma plano ou hemangioma cavernoso (que cresce mais internamente na pele, como este da foto). Eles ocorrem devido a um crescimento exagerado das células que envolvem os vasos sanguíneos. Os hemangiomas podem estar presentes já ao nascimento ou se desenvolver quando a criança tem algumas semanas ou meses. Eles são cinco vezes mais frequentes em meninas do que em meninos. Muitos podem ser quase imperceptíveis, enquanto outros podem ser bastante grandes. Os hemangiomas tendem a crescer principalmente durante o primeiro ano de vida e, após este rápido crescimento, vão regredindo gradativamente, até desaparecerem. Na idade de 10 anos, 90% das crianças que tinham hemangiomas, já não possuem mais a marca. O tratamento para os hemangiomas, em geral é nenhum, pois eles regridem com o tempo. Porém, se o hemangioma estiver em um local que possa causar dificuldade para a criança enxergar, respirar, ouvir ou comer, pode ser necessário o uso de laser e cirurgia combinados. Atualmente está em uso uma medicação chamada Propranolol, que originalmente é utilizada como anti-hipertensivo, para os casos de hemangiomas cavernosos, pois observou-se que esta medicação ajuda ne regressão dos hemangiomas. Para este tratamento, a criança deverá ser acompanhada pelo médico, que fará uma avaliação cardiológica prévia para a utilização da medicação. Os resultados têm se mostrado excelentes.


Mancha do bico da cegonha



Por volta de 70% das crianças nascem com manchas róseas que podem se localizar frequentemente na nuca (a cegonha pega a criança com o bico na nuca, daí o nome) e, também aparecem com frequência nas pálpebras e na testa do bebê (neste local são conhecidas como "beijo de anjo"). Elas têm bordas irregulares e desparecem com a pressão dos dedos sobre elas. São decorrentes de uma dilatação de capilares da pele e desparecem até um ano e meio de idade. São absolutamente inofensivas e não é necessário se fazer nada com elas.


Manchas vinho do porto



Menos de 1 % dos bebês nascem com estas manchas, que são mais frequentes na cabeça e no pescoço. Elas têm cor rosa choque ou vermelha, podem ser bastante grandes, tomando quase metade da face e não desaparecem sozinhas. Estas manchas podem estar associadas a glaucoma, quando ocorrem ao redor dos olhos e , algumas vezes, podem também fazer parte de uma síndrome neurológica chamada Sturge-Weber. Desta forma, crianças com este tipo de mancha, necessitam de avaliação neurológica e oftalmológica. Quanto ao tratamento da mancha em si, o laser é indicado o mais rápido possível, ainda no primeiro ano de vida, pois, desta forma, traz melhores resultados.


Manchas café com leite



São manchas de cor marrom claro, lembrando mesmo a cor de café com leite. Aproximadamente 10 % dos bebês têm uma e ela não desaparece. Estas manchas propriamente ditas, não trazem problemas, porém, se uma criança tiver três ou mais manchas café com leite, ela deverá ser avaliada para se descartar uma doença genética chamada Neurofibromatose-1. Uma em cada 3000 pessoas no mundo tem esta doença, que pode causar problemas neurológicos, anormalidades oculares e ósseas.



Mancha mongólica



São manchas cinza-azuladas, presentes ao nascimento, com bordas irregulares e que se localizam principalmente na região do bumbum do bebê. Seu tamanho pode variar de pequenas até muito grandes e tendem a durar alguns anos, até desaparecer. São decorrentes de um acúmulo de melanócitos, ou seja, células de pigmentação. Não é necessário se fazer nada, pois elas sumirão mais cedo ou mais tarde.



Pintas



Por volta de 2% dos bebês nascem com pintas pequenas, de cor marrom escura, chamadas nevos. Aquelas que têm tamanho maior de 5 cm são consideradas grandes e ocorrem em menos de 1 em cada 100.000 bebês. Podem ocorrer em qualquer local do corpo e não desaparecem. O risco de uma pinta pequena se tornar cancerígena é mínimo, porém as pintas consideradas grandes necessitam um acompanhamento mais de perto, pois este risco sobe para 4%. Há nevos gigantes, que tomam superfícies grandes do corpo, cujo tratamento é cirúrgico e, frequentemente complicado pois necessita enxertos para cobrir a pele retirada.







sábado, 19 de novembro de 2011

Diarréia aguda em crianças




A diarreia aguda é uma doença freqüente em crianças. Caracteriza-se pelo aumento do número de evacuações com perda de consistência das fezes, que se tornam mais amolecidas e algumas vezes, podem ter presença de muco, sangue, gordura ou pus. A diarreia aguda pode estar acompanhada ou não de vômitos e febre. É caracteristicamente auto limitada, ou seja, o próprio organismo se encarrega da cura em poucos dias, mas pode durar até 2 semanas.

Durante este período, o mais importante é manter uma alimentação adequada para a criança e oferecer muito líquido para prevenir a desidratação, que é a complicação mais comum da diarreia aguda.

As causas mais freqüentes da diarreia aguda são as infecciosas e dentre os agentes, os mais comuns são: vírus, bactérias, toxinas alimentares e parasitas.

Muitas medidas são efetivas para evitarmos as diarréias na infância. Nos bebês, ajuda muito manter o aleitamento materno exclusivo, até o sexto mês de vida. Nas crianças maiores, ao se introduzir outros alimentos é importante tomar cuidados como a adequada lavagem das mãos, e utilizar sempre água filtrada ou fervida na higienização e preparo dos alimentos. A vacinação contra rotavírus também ajuda a criança ficar protegida contra este agente muito comum nas diarréias agudas.

O uso de antibióticos no tratamento das diarréias é controverso, mas raramente é necessário usá-los na diarréia aguda. A grande maioria das crianças apresenta uma condição clínica estável e não necessita de antibióticos. Apenas em algumas situações em que as evacuações se apresentam com sangue (diarréias disentéricas) e dependendo do estado geral da criança, o pediatra poderá indicar o uso de antibióticos. Também algumas verminoses, quando comprovadas, necessitam de tratamento específico.

Existem vários medicamentos chamados "antidiarréicos”, mas nenhum deles deve ser utilizado, pois alem de não oferecerem vantagens, podem causar efeitos colaterais indesejáveis. É importante lembrar que a diarréia é a forma que o organismo tem de eliminar as toxinas ou bactérias e vírus que estão agredindo o organismo, desse modo, trata-se de um mecanismo de defesa. Estes microrganismos precisam ser eliminados, do contrário, podem levar à invasão do intestino com quadros graves de generalização da infecção. O problema é que o organismo elimina estas toxinas junto com elementos que são necessários para o nosso funcionamento, como água e nutrientes, por isso a reposição de líquidos e a manutenção da alimentação adequada é fundamental para o retorno do funcionamento normal do aparelho digestivo.







terça-feira, 15 de novembro de 2011

Meningite viral



Qualquer pessoa pode ter uma meningite viral, mas ela é muito mais frequente em crianças. Estamos em novembro e, a partir de agora, começamos a ter mais casos de meningite viral, pois ela acontece mais nos meses de final de primavera e início de verão.

Meningite é a inflamação das meninges, membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ocorrer devido a infecções causadas por vírus, bactérias, fungos ou parasitas. A meningite causada por vírus, ou seja, a meningite viral, é a forma mais frequente e pode ser causada por muitos vírus diferentes.

Apesar de ser uma infecção séria, a meningite viral raramente é fatal ou deixa sequelas, em pessoas com boa imunidade, ao contrário da meningite bacteriana, cuja taxa de mortalidade é alta e as sequelas costumam ser graves.

Em aproximadamente 90% dos casos de meningite viral os causadores são os enterovírus, que vivem nas células intestinais, no nariz e na garganta. Há aproximadamente 80 tipos destes vírus, sendo os dos grupos Coxsackie e Echovirus os maiores causadores de meningite viral. Na maioria das vezes, as infecções por estes vírus ou não causam nada ou causam sintomas leves como coriza, dor na garganta e febre baixa. Menos de 1 em cada 1000 pessoas infectadas por enterovírus desenvolverá meningite viral.

Os sintomas de meningite viral são febre alta, náusea e vômito e, o que chama muito a atenção, a forte dor de cabeça. Em crianças menores, que não sabem falar o que sentem, além da febre e dos vômitos, há recusa em comer, prostração e, algumas vezes, irritabilidade.

Ao exame físico há a rigidez da nuca, que chama a atenção do médico para o possível diagnóstico. O período de incubação é de 3 a 7 dias (período entre o contato e o início dos sintomas). A duração da doença é de 7 a 10 dias e a pessoa infectada transmite o vírus desde o início dos sintomas até o final deles. Quando se suspeita de meningite, o diagnóstico é feito através da análise do líquor (líquido que banha as meninges e o cérebro). O líquor é obtido através de uma punção nas costas e é analisado, sendo identificados o número e o tipo de células, bem como a presença ou não de bactérias. Neste exame não são identificados vírus e o diagnóstico de meningite viral acaba sendo feito pela análise das características do líquor, bem como pela ausência de bactérias.

Não há tratamento específico para a meningite viral, utilizando-se apenas medicamentos para controlar a febre, os vômitos e a dor de cabeça. Em alguns casos mais leves, nem mesmo é necessária internação.

Por ser uma doença causada por vírus que se transmitem através da saliva, secreção nasal e fezes, sua prevenção se dá principalmente através de um ato muito simples: lavar as mãos. Lavar as mãos após utilizar o banheiro, após assoar o nariz ou trocar as fraldas de uma criança. Ao espirrar ou tossir, cobrir a boca e o nariz. Se desejar veja o post sobre lavagem das mãos http://pediatrio.blogspot.com/search/label/como%20lavar%20as%20m%C3%A3os





sábado, 12 de novembro de 2011

Teste do pezinho




O que é?

O teste do pezinho, também conhecido como triagem neonatal é um exame que permite o diagnóstico precoce de várias doenças congênitas e, em alguns casos, infecciosas também. Como estas doenças são geralmente assintomáticas no período neonatal, o teste permite a detecção e o tratamento precoce impedindo ou diminuindo a chance de ocorrerem seqüelas irreversíveis na criança. O momento ideal para a coleta do teste está entre o 3º e 7º dias de vida, porém em situações especiais, pode ser coletado até o 30º dia de vida.

Por que se chama “teste do pezinho”?

A coleta de sangue é realizada por meio de uma punção (picada) no pezinho do bebê na região do calcâneo, com uma lanceta. O sangue é então coletado gota a gota sobre um papel de filtro, preenchendo a área de círculos que estão desenhados no papel, como mostra a figura. Após a secagem do papel, o material seco é encaminhado para o laboratório. Esta forma de coleta é mais fácil e prática do que uma punção venosa, permitindo a coleta e encaminhamento do material de todas as regiões do Brasil.



Existe mais de um tipo de “teste do pezinho”?

O Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) oferece o teste gratuitamente para todas as crianças nascidas no Brasil. Dependendo da região do Brasil, o teste básico oferece um mínimo de 2 doenças (hipotireoidismo e fenilcetonúria) até o máximo de 4 doenças. O teste oferecido no estado de São Paulo, inclui 4 doenças: hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, hemoglobinopatias e fibrose cística.

Os laboratórios particulares incluem a investigação de outras doenças, além das 4 citadas, não havendo uma regra para a designação destes “pacotes” de exames oferecidos pelas maternidades particulares. Desta forma, vocês verão nomes como: teste ampliado, teste master, teste plus, teste mais, teste super, dentre outros. Estes testes ampliados não são gratuitos e, de uma forma geral, incluem a investigação de várias doenças metabólicas e algumas doenças infecciosas.

O que faço se o “teste do pezinho” detectar alguma alteração?

O “teste do pezinho” é apenas um teste de triagem e isto quer dizer que, algumas vezes, podem ocorrer resultados “falso positivos”. Sendo assim, um resultado alterado não implica no diagnóstico definitivo de qualquer uma das doenças testadas. Nos casos de resultados alterados, o centro responsável pela coleta solicitará aos pais ou responsáveis a realização de testes confirmatórios. Geralmente, as doenças pesquisadas são assintomáticas no período neonatal, isto quer dizer que, mesmo no caso de bebês portadores destas doenças, a sua aparência poderá ser normal, portanto, não demorem para realizar os testes confirmatórios quando necessários. Com o tratamento precoce, evitaremos seqüelas indesejadas nos bebês.

O que faço se houver a confirmação da doença pesquisada no “teste do pezinho”?

Dependendo da doença, pode-se obter orientação e acompanhamento nos Serviços de Referência em Triagem Neonatal, por exemplo, a APAE de São Paulo, ou buscar a orientação de especialistas. Converse com o seu pediatra, ele poderá fazer os encaminhamentos necessários.

Há tratamento para as doenças detectadas no “teste do pezinho”?

No caso do hipotireoidismo congênito, o tratamento se baseia na reposição do hormônio tireoidiano, sendo que as doses devem ser personalizadas e supervisionadas por um endocrinologista.

No caso da fenilcetonúria há a necessidade de uma dieta especial, com restrição de proteínas em geral. Em alguns casos, será necessário suspender o leite materno e substituí-lo por um leite especial com baixos níveis de fenilalanina.

Para as demais doenças, há orientações específicas a serem feitas, sempre com o objetivo de evitar ou reduzir eventuais problemas futuros. Vocês poderão conversar com o seu pediatra ou procurar orientações nos Serviços de Referência em Triagem Neonatal.














quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Convulsão febril








Convulsão febril é uma convulsão que ocorre em crianças pequenas, sendo desencadeada por uma rápida elevação na temperatura, causada, na maioria das vezes, por uma infecção.

É uma experiência muito angustiante para qualquer pai ou mãe, ver seu filho tendo uma convulsão febril e, a duração de segundos ou poucos minutos, pode se tornar uma eternidade para quem a está presenciando.

Felizmente, a convulsão febril não é tão perigosa quanto parece e, na grande maioria das vezes, não indica a existência de uma doença grave por trás. Porém, quando uma criança apresenta uma convulsão febril, é importante que seja avaliada pelo seu médico ou em um serviço hospitalar.

A convulsão febril é relativamente frequente, ocorrendo aproximadamente em uma em cada 25 crianças com idades entre 9 meses e 5 anos. Não é esperada uma convulsão febril em um bebê menor de 6 meses e é rara a ocorrência após 3 anos de idade.

Um dos fatores de risco mais importantes é o fato de um dos pais terem tido convulsão febril na infância. Isto aumenta bastante a chance da criança ter uma convulsão febril.

A maioria das convulsões febris ocorre nas primeiras 24 horas de doença e, não necessariamente, quando a febre está no seu pico mais alto. É muito frequente não haver ainda nenhum sinal de doença ocorrendo. O exame físico, muitas vezes associado a exames de sangue e urina pode indicar a causa mais provável da febre. Na grande maioria dos casos, as doenças virais típicas da infância são a causa principal. Algumas vezes, doenças bacterianas como otites ou amigdalites também podem estar por trás da febre. Porém, sempre que há convulsão na vigência de febre, o médico deverá descartar a meningite, que é menos comum, porém muito grave. Se há alguma suspeita desta doença, será solicitado um exame de líquor.

A criança que tem uma convulsão febril, em geral apresenta os seguintes sinais:

- Febre alta, em geral acima de 38,9ºC

- Perda de consciência

- Bate os braços e pernas em movimentos rápidos e repetitivos, dos dois lados do corpo

- Vira os olhos

- Tem a respiração dificultada

A criança pode urinar durante a convulsão e poderá ocorrer sonolência após o término da mesma. A convulsão febril pode durar de alguns segundos até 10 minutos. Convulsões febris que duram além de 15 minutos e ocorrem mais de uma vez em 24 horas, são consideradas mais sérias.

A principal complicação de uma convulsão febril é ela ocorrer novamente. Por volta de um terço das crianças que apresentam uma primeira convulsão febril terão novas convulsões em outros episódios de febre.

As convulsões febris não causam qualquer dano ao cérebro da criança, nem afetam seu aprendizado. Também não são indicadoras do desenvolvimento de epilepsia. Se uma criança que teve convulsão febril vier a desenvolver epilepsia, não será por causa da convulsão febril.

Durante uma convulsão febril, os pais devem procurar manter a calma e:

- colocar a criança em uma superfície plana, sem haver o risco de queda

- remover qualquer objeto cortante ou perigoso de perto

- retirar roupas que estejam apertando a criança

- não interferir com os movimentos da criança

- não introduzir nada em sua boca

- se possível, tentar contar o tempo de duração da convulsão

Em geral, os médicos não utilizam medicamentos anticonvulsivantes para convulsões febris, pois estes medicamentos costumam apresentar alguns efeitos colaterais, que podem acabar interferindo no dia a dia da criança, por exemplo, provocando sono.

O que alguns médicos preconizam, é o uso de medicamentos somente durante as doenças febris, suspendendo sua utilização quando já não há febre durante 24 horas, até que a criança esteja maior e já não tenha mais risco de convulsão febril.

A seguir há um vídeo mostrando uma criança com uma convulsão febril. É angustiante de se ver, mas dá uma boa idéia do que ocorre. Note que os menos de 50 segundos, parecem durar muito mais do que realmente duram.














sábado, 5 de novembro de 2011

Soluços

Ilustração: Claudia Marianno

Separando o tórax e o abdômen existe um músculo chamado diafragma, que tem papel fundamental no mecanismo da respiração, permitindo a entrada e a saída de ar dos pulmões.

Quando sofre algum tipo de irritação, o diafragma contrai de forma involuntária, dando origem ao soluço, fenômeno idêntico no adulto e na criança. Os desencadeantes deste processo podem variar de acordo com a idade.

Nos recém-nascidos e bebês bem pequenos, os soluços acontecem de forma muito freqüente e repetitiva. A causa para este fato não é bem conhecida e a explicação mais aceita para o desencadeamento do soluço nos bebês seria a ingestão muito rápida do leite. Além disto, sabe-se que o refluxo do conteúdo ácido do estômago para o esôfago irrita o nervo frênico, que provoca contrações do diafragma, ou seja, os soluços. O refluxo está presente nos bebês de forma bastante acentuada e acaba desencadeando soluços freqüentes.

Observa-se que os soluços do bebê ocorrem principalmente após mamar ou após arrotar, provavelmente devido ao refluxo. Os soluços não causam incômodo na criança, mas incomodam muito os pais. Não é necessário fazer nada para eliminar os soluços do bebê, pois eles costumam passar logo e, conforme a criança vai crescendo, eles vão se tornando menos freqüentes.

No caso de soluços persistentes, juntamente com sintomas de choro, irritabilidade ou regurgitação intensa, o pediatra deverá ser comunicado, pois podemos estar diante da doença do refluxo gastroesofágico, sendo necessário tratar a criança. Este fato é bastante importante também em crianças maiores, que podem ter a doença do refluxo sem vomitar ou regurgitar. São crianças que apresentam soluços freqüentes sempre após as refeições, muitas vezes acompanhados de dificuldade para comer, com interrupção precoce da refeição, referindo freqüentemente dor na barriga. Estes casos merecem atenção e tratamento, o que ajuda muito a melhorar os sintomas.








quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Xixi na cama



A capacidade de se conseguir segurar o xixi durante a noite acontece de forma diferente daquela durante o dia. Enquanto a continência da urina diurna ocorre por volta de dois a três
anos de idade, a continência noturna pode levar até cinco anos.

Ao passo que a retirada da fralda durante o dia ocorre com o incentivo e visitas ao banheiro quase de hora em hora, durante a noite o processo é exatamente o contrário, ou seja, só retiramos a fralda noturna quando a criança começa a acordar seca por vários dias seguidos.
A continência da urina durante a noite ocorre por vários mecanismos neurológicos que amadurecem, permitindo que isto ocorra. Um destes mecanismos é a ocorrência de um pico de hormônio antidiurético no período noturno, o que faz cair a produção de urina, permitindo que haja continência durante a noite. Este aumento de hormônio à noite acontece em tempos diferentes de uma criança para outra, levando mais tempo em algumas e menos tempo em outras. É por este motivo, absolutamente incontrolável, que não adianta tirar a fralda para a criança segurar o xixi e sim, tirar quando ela já não estiver urinando mais à noite.

Quando o seu filho estiver iniciando a saída das fraldas, é quase certo que "acidentes" ou escapes vão ocorrer. Xixi na cama geralmente não está associado a distúrbio físico ou emocional.

Se ocorrer um escape e xixi na cama, explique para sua criança que você entende e sabe que não é culpa dela. Evite oferecer líquidos durante duas horas antes da criança dormir.

A incontinência de urina durante a noite, após cinco anos de idade é chamada enurese noturna. Praticamente todas estas crianças conseguirão superar este problema até a adolescência. Entre os tratamentos estão o uso de alarmes sonoros, a administração de hormônio antidiurético em comprimidos ou sprays nasais ou até mesmo a utilização de neurolépticos, prescritos pelo pediatra ou por um urologista.









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