Os pais de hoje estão criando seus filhos em um mundo muito diferente daquele em que foram criados. Utilizam menos suas experiências pessoais da infância para guiar na criação de seus filhos, pois os tempos mudaram muito. A principal mudança foi o aparecimento de novas mídias e aparelhos eletrônicos, além do enorme conteúdo televisivo que está disponível hoje.
Mas, afinal, estes aparelhos todos que nos rodeiam, computadores, televisores, iphones, tablets, influenciam positivamente nossos filhos? É saudável utilizá-los para entreter crianças pequenas?
Em crianças menores de dois anos, a resposta é NÃO. Isto é o que diz um estudo publicado neste mês pela Academia Americana de Pediatria. Hoje se conhece muito mais sobre o desenvolvimento inicial do cérebro das crianças, as melhores formas de ajudá-las a aprender, bem como o efeito dos vários tipos de estímulos e atividades neste processo.
As conclusões principais foram as seguintes:
Crianças aprendem a pensar criativamente, resolver problemas e desenvolver a motricidade em idades precoces através de brincadeiras “desplugadas”.
Muitos programas propagandeados como “educativos” só conseguem atingir seu objetivo se houver compreensão de seu conteúdo, o que, como mostram alguns estudos, só é alcançado por crianças acima de dois anos de idade.
Crianças aprendem melhor através da interação com humanos, não com telas.
Pais que assistem aos programas infantis com seus filhos acrescentam conhecimento a eles. Porém, as crianças aprendem mais com apresentações ao vivo, do que televisionadas.
Pais que assistem aos seus próprios programas junto com seus filhos que estão brincando, acabam se distraindo e prejudicando a interação com os mesmos.
Assistir à televisão no horário de dormir pode causar dificuldade no sono, o que afeta o humor, o comportamento e o aprendizado. (veja mais detalhes no post de julho “Lugar de TV não é no quarto”)As recomendações principais são as seguintes:
Coloque limites no tempo de exposição a mídias eletrônicas e televisivas para crianças menores de dois anos.
Ao invés de dar telas para a criança brincar, opte por manter a criança brincando independente e apenas supervisionada, quando não puder brincar junto com ela. Por exemplo, se a mãe está preparando o jantar, mantenha a criança no chão da cozinha brincando de empilhar objetos plásticos enquanto isso.
Evite colocar um aparelho de televisão no quarto da criança.
Se pararmos para pensar, todos os recursos tecnológicos que temos hoje, foram desenvolvidos por pessoas que, na sua própria infância, nunca foram expostas a eles. Substituir brincadeiras e contato humano por telas de TV ou de computadores parece não ser a melhor alternativa.
Os dois vídeos abaixo foram ambos feitos com crianças de nove meses. Veja e faça a sua escolha.