domingo, 5 de agosto de 2012

Bebês sobre rodas


Estima-se que as vendas anuais de andadores nos Estados Unidos cheguem a três milhões. As razões apresentadas pelos pais para utilizarem um andador são as mais diversas. Entre elas se destacam as seguintes, segundo estudos divulgados pela Academia Americana de Pediatria:
- para entreter a criança e mantê-la mais quieta
- para ajudá-la a aprender a andar mais rápido
- para dar mobilidade à criança
- para que a criança se exercite
- para prender a criança durante a alimentação
- um terço dos pais usam andadores acreditando que o andador mantém sua criança segura
- porque ganharam um andador


Por outro lado, temos as estatísticas sobre acidentes com crianças que utilizam andadores. Em 2005, a Consumer Product Safety Commission (CPSC), que fiscaliza a segurança de produtos nos Estados Unidos, reportou 3.331 crianças que receberam tratamento em Pronto-Socorro devido a acidentes com andadores. Estes acidentes foram, na sua maioria, lesões na cabeça devido a quedas. Outras lesões foram queimaduras em fornos, envenenamentos por produtos que ficaram acessíveis, prensa dos dedos dos pés e das mãos. Até mesmo afogamentos foram descritos, em crianças que alcançaram áreas livres da casa e chegaram a uma piscina, onde caíram. Isto pode acontecer em uma questão de segundos, segundo o estudo.

De acordo com a Academia Americana de Pediatria, uma criança em um andador pode se mover na velocidade de 1 metro por segundo, o que é suficiente para dificultar a atuação de uma pessoa que esteja cuidando da criança. Se estiver perto de uma escada, o prejuízo pode ser até fatal ( eu mesma vi dois casos de fratura de crânio devido a queda em escada, em crianças que estavam em andadores).

Os andadores foram banidos do Canadá em 2004 e, desde 1995 a Academia Americana de Pediatria vem insistindo junto ao governo americano para que isto também aconteça nos Estados Unidos. Em 1997 foram adotadas medidas de segurança para que os andadores pudessem ficar mais seguros. Com isto eles se tornaram maiores, para não passarem pelas portas e, alguns, foram dotados de travas, para que não andassem em terrenos irregulares, evitando quedas em degraus. Porém, 40 % dos andadores não têm estas especificações, segundo o jornal americano Injury Prevention.

Ao contrário do que muitos pais imaginam, os andadores não ajudam a criança a andar, sendo que há estudos mostrando que crianças de seis a quinze meses que utilizavam andadores, acabaram sentando, engatinhando e andando mais tarde do que aquelas que não usaram andadores.

Apesar das impressões dos pais de que as crianças parecem mais felizes quando estão nos andadores, não parece haver benefícios que justifiquem o alto risco de acidentes.
Diante destes dados e constatações, pense bem se vale a pena comprar um andador para sua criança. Se, mesmo assim, você optar por comprá-lo, tome muito cuidado, nunca deixando a criança sem supervisão, mantendo-a em terreno plano, sem degraus e longe de escadas e não permitindo que ela permaneça períodos muito longos no andador, de forma que ela se exercite e adquira a capacidade de engatinhar e andar sozinha.






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