sábado, 29 de setembro de 2012

O Pediatrio foi à CBN





Hoje a Dra. Ivani Mancini deu uma entrevista à jornalista Tânia Morales do programa Revista CBN. A entrevista fala sobre o blog e algumas orientações aos pais. Vale ouvir, caso você não tenha conseguido.

Para ouvir a entrevista, acesse o link




terça-feira, 25 de setembro de 2012

Bruxismo na infância



Bruxismo é o ato consciente ou inconsciente de ranger os dentes durante o sono.  Apesar de causar preocupação aos pais, é bastante comum na infância, atingindo principalmente as crianças entre três e seis anos de idade, que estão ainda na primeira dentição. Nesta fase, os dentes podem estar mal posicionados devido a uma diferença cronológica na erupção dos dentes de leite, fazendo com que a criança, ao ranger os dentes, busque uma posição de equilíbrio e mais confortável.

Além da dentição, há outros fatores que também podem causar o bruxismo, como a respiração bucal (alergias respiratórias) e fatores psicológicos relacionados ao estresse causado por muitas atividades durante a infância, acompanhadas das cobranças, sejam dos pais, da escola ou mesmo a autocobrança da criança.

Há fatores externos que também podem agravar o bruxismo, como dormir de luz acesa, com a TV ligada ou ficar muitas horas no computador antes de deitar, porque todos esses estímulos sonoros e luminosos interferem no ciclo do sono. Mesmo que a criança não acorde, estes estímulos podem se tornar um gatilho para o desencadeamento do bruxismo. Por isso, um ambiente tranqüilo para o descanso ajuda no bem-estar da criança.

Apesar de muito popular, a associação entre bruxismo e verminoses não tem comprovação científica.

O bruxismo não é uma doença, e sim um distúrbio que até os seis anos de idade é considerado normal. Entretanto, após os seis anos, o constante ranger dos dentes pode gerar problemas nas gengivas, desgaste acentuado do esmalte, alterações no formato dos dentes, podendo até chegar à perda.  O bruxismo também pode causar pressão nas articulações têmporo–mandibulares, provocando dores de cabeça, dores na nuca e na coluna.  

Se o bruxismo não trouxer consigo esses desconfortos, não há motivos para preocupação. Em caso contrário, é importante procurar o odontopediatra, um especialista em odontologia infantil, que vai avaliar a mordida e as formas de correção.

Para as situações de pressão na vida diária das crianças, a terapia de apoio psicológico pode auxiliar muito. Além disso, a prática de atividades de lazer e brincadeiras, assim como as atividades esportivas e artísticas ajudam na parte emocional da criança 
reduzindo o estresse e a ansiedade, diminuindo os episódios de bruxismo.







terça-feira, 18 de setembro de 2012

Quando os linfonodos são preocupantes?



É muito frequente durante o banho da criança, a mãe ou o pai palparem pequenos nódulos, principalmente na região da cabeça e do pescoço da criança. Isto, muitas vezes, costuma causar preocupação, principalmente se já houve alguma experiência com tumores na família.
Felizmente, na grande maioria das vezes, estes nódulos são linfonodos normais.
Linfonodos fazem parte do nosso sistema imunológico, ou seja, são parte da defesa do organismo. Eles atuam como filtros, retendo bactérias, vírus, fungos, partículas estranhas e células malignas que circulam pelos vasos linfáticos. Nos linfonodos há a destruição deste material. Quando isto acontece, os linfonodos podem aumentar de tamanho.
Eles estão presentes já ao nascimento, porém costumam ser muito pequenos e molinhos, de forma que passam despercebidos frequentemente. Conforme a criança passa a ter contato com o ambiente e se contamina com vírus e bactérias, o sistema de defesa necessita ser acionado e os linfonodos aumentam de tamanho, passando a ser mais percebidos. A região onde mais frequentemente são palpados é a região do pescoço e da cabeça, atrás das orelhas. Isto, porque qualquer resfriado, por exemplo, mobiliza as defesas do organismo e os linfonodos (ou gânglios) aumentam de tamanho. Infecções como otites, sinusites, amigdalites, estomatites ou lesões de pele na região da face ou do couro cabeludo, também aumentam o tamanho dos linfonodos.Até o rompimento dos dentes pode levar a um aumento destes gânglios. Uma vez resolvido o processo infeccioso ou a lesão, o linfonodo volta ao seu tamanho normal, que é de aproximadamente 1 cm.
Se a criança tiver uma lesão no braço, como uma infecção de pele ou mesmo uma picada grande, pode haver linfonodo palpável na axila correspondente, ou se tiver um machucado na perna, pode-se palpar um linfonodo na região da virilha do mesmo lado.
Em algumas infecções, pode haver um aumento generalizado de linfonodos, como é o caso de algumas infecções virais. A mononucleose costuma causar muitos gânglios palpáveis, principalmente na região do pescoço. Após a resolução do quadro, os gânglios voltam ao normal. A leucemia também pode cursar com um aumento generalizado de gânglios e seu diagnóstico sempre deve ser lembrado nesta situação.
Situações preocupantes:
  • Gânglios palpáveis na região logo acima das clavículas, ou na região axilar e inguinal sem lesões nos braços e pernas, devem ser avaliados pelo médico.

  • Linfonodos duros e aderidos aos tecidos mais profundos costumam ser suspeitos de malignidade (em geral, os gânglios são bem móveis e macios à palpação). Se ocorrerem sinais de avermelhamento na pele que cobre o gânglio e dor à palpação, pode haver uma adenite, que é uma infecção localizada no próprio linfonodo.

  • Linfonodos que crescem rapidamente devem ser avaliados. Sintomas de febre, sudorese noturna ou perda de peso acompanhando, podem ser sinais importantes de patologias mais sérias.

  • Se o tamanho do linfonodo for maior do que 1 cm, deve-se observar a evolução. Normalmente o tamanho regride bastante em 1 a 2 meses e deve ser menor do que 1 cm em até 3 meses. Se não houver regressão ou o tamanho for maior que 3 cm, há necessidade de avaliação médica , havendo maior risco.

Portanto, ao palpar gânglios na sua criança, não se desespere, mas preste atenção aos sinais de alerta. Na dúvida, é sempre melhor serem avaliados pelo pediatra, até mesmo para ouvir que não é nada.




domingo, 9 de setembro de 2012

VItamina D é a "bola da vez"

crédito de imagem : www.futurity.org
A vitamina D é essencial no metabolismo do cálcio. Ela promove a absorção intestinal do cálcio presente nos alimentos ingeridos. Com o cálcio disponível na circulação ocorre a adequada mineralização dos ossos. Sem vitamina D suficiente, os ossos se tornam finos e fracos, ocorrendo o que se conhece por raquitismo. Nos adultos, a vitamina D e o cálcio em proporções adequadas, evitam a osteoporose.
Além desta importante função, a vitamina D atua modulando o crescimento das células, reduzindo a inflamação e também possui função no sistema imunológico e neuromuscular. Muitas células no organismo possuem receptores para a vitamina D e, por este motivo, sua ação é bem mais ampla do que se imaginava antigamente. Sabe-se hoje, através de estudos em adultos, que a deficiência de vitamina D tem sido ligada ao aparecimento de doenças como osteoporose, câncer de mama, câncer de cólon, câncer de próstata e doença cardíaca.
A principal fonte de vitamina D é o sol. Isto, porque o organismo produz vitamina D na pele através da exposição aos raios ultravioleta. Há controvérsias com relação ao tempo necessário de exposição ao sol, para se alcançar níveis adequados de vitamina D. Há estudos mostrando que 5 a 30 minutos de exposição ao sol, entre 10 horas da manhã e 3 horas da tarde, pelo menos duas vezes por semana, no rosto, nos braços, nas pernas ou nas costas, levariam à produção suficiente de vitamina D. Porém, em dias completamente nublados há redução em 50% na energia ultravioleta e a poluição pode reduzir 60% desta energia.
Porém, sabe-se que a radiação ultravioleta é carcinogênica, sendo responsável por aproximadamente 1,5 milhão de diagnósticos de câncer de pele, bem como 8.000 mortes por melanoma maligno, anualmente nos Estados Unidos. A Academia Americana de Pediatria recomenda inclusive, que crianças menores de seis meses não se exponham ao sol e, a partir dessa idade, que utilizem grandes quantidades de protetor solar quando estiverem expostas.
Os alimentos em geral, são pobres em vitamina D. Os mais ricos nesta vitamina são o atum, a sardinha, o salmão e a gema de ovo. O próprio leite materno é pobre em vitamina D e seu nível está diretamente relacionado ao nível de vitamina D da mãe.
A suplementação da vitamina D é a forma mais eficaz para serem mantidos níveis adequados desta vitamina. Os maiores grupos de risco são as crianças amamentadas com leite materno exclusivo ou aleitamento misto, os adolescentes que ingerem pouco leite e os idosos. As crianças que tomam 1 litro de leite enriquecido com vitamina D por dia não necessitam de suplementação. Mas, logicamente, não se substitui o leite materno por outro leite para ter mais vitamina D. A melhor forma é a suplementação.
Preconiza-se a suplementação de 400 UI de vitamina D para crianças menores de 1 ano de idade, a partir da primeira semana de vida. Para quem tem entre 1 ano e 18 anos, a recomendação é de 600 UI de vitamina D por dia. Os idosos necessitam de 800 UI diárias.
Em nosso meio, a vitamina Ad-til é a mais conhecida e, cada gota tem 200 UI. Portanto, em crianças menores de 1 ano, 2 gotas por dia são suficientes, aumentando-se para 3 gotas por dia, a partir de 1 ano.


Quem viaja para os Estados Unidos pode trazer vitaminas mastigáveis contendo vitamina D e cálcio, que as crianças maiores adoram. Elas devem comer apenas uma por dia.


Para saber se sua criança está com os níveis de vitamina D adequados, a dosagem de OHvitaminaD no sangue é solicitada pelos médicos e, se necessário, faz-se a reposição.
Não deixe de conversar sobre isto com seu pediatra, pois a deficiência nesta vitamina é muito mais frequente do que se imagina.








sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Ser pediatra na era da informação



O Pediatrio está no portal Minha Mãe que Disse!, com um texto da Dra. Ivani sobre o que é ser pediatra na era da informação. Não deixe de conferir! Segue o link para o acesso:http://minhamaequedisse.com/2012/09/ser-pediatra-na-era-da-informacao/

um abraço,

Trio de pediatras



quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Impetigo

Apesar de muitas bactérias viverem na superfície da nossa pele, normalmente elas não causam infecções, porque a pele representa uma barreira de proteção.
Mas, algumas situações podem “quebrar” esta barreira favorecendo a instalação de infecção na pele.
As crianças podem apresentar alguns tipos destas infecções, sendo a mais comum o impetigo.
O QUE É IMPETIGO?
Popularmente chamado de “impinge”, o impetigo é uma infecção de pele causada por bactérias de dois grupos: Streptococcus e Staphylococcus. É muito comum entre crianças de 2 a 6 anos de idade, mas podendo também surgir em crianças maiores e em adultos, especialmente no verão.
Há basicamente dois tipos de impetigo:
  • Impetigo Comum: se apresenta com aspecto de feridas parecidas com picadas de insetos avermelhadas e em relevo. Costuma acometer mais a face e o agente mais comum é o Streptococcus.


  • Impetigo Bolhoso: no início, aparece como o impetigo comum, mas vai se transformando na forma de bolhas cheias de líquido purulento. Ao estourarem, as lesões adquirem uma aparência amarelada com uma crosta cor de mel. Costuma atingir mais os braços e pernas e o agente principal é o Staphylococcus.




Estas feridas podem coçar muito, o que facilita a sua disseminação para outras pessoas, assim como para outras partes do corpo da própria criança.
Na maioria das vezes, estas lesões aparecem primeiramente nos orifícios do rosto, como ao redor da boca e das narinas. Em seguida, eles generalizam pelo rosto e até para todo o corpo. Gânglios ou ínguas podem surgir ao redor destas lesões.
Apesar da presença de bolhas e pus, geralmente não há febre nem queda do estado geral da criança.
QUAIS SÃO AS CAUSAS?
As bactérias Streptococcus e Staphylococcus que causam o impetigo estão presentes em muitos lugares, inclusive na superfície da nossa pele sem nos causar dano algum. Porém, basta uma “porta de entrada” como um machucadinho ao redor do nariz depois de um resfriado, uma picada de inseto, ou um corte ou ferimento comum para que as bactérias atinjam camadas mais internas da pele com a instalação do impetigo.
A contaminação pelo Streptococcus ou Staphylococcus costuma ocorrer pelo contato direto de pele com pele. Contudo, também pode ocorrer através de roupas e toalhas compartilhadas e até através do manuseio de brinquedos.
COMO SE TRATA?
Se a infecção for leve, cuidados locais para manter a região afetada bem limpa são suficientes. Em alguns casos, porém, pode ser necessário o uso de pomadas com antibióticos ou mesmo o tratamento via oral com antibióticos.
Normalmente, depois de 48 horas de tratamento com antibióticos, ou quando as feridas começarem a melhorar, a infecção deixa de ser contagiosa.
O QUE SE PODE FAZER PARA EVITAR O IMPETIGO?
O impetigo pode incomodar bastante e causar uma aparência desagradável. E, como qualquer doença na infância, se não for adequadamente tratada pode complicar, provocando infecções de pele mais graves e deixando cicatrizes.
Para evitar a doença e a sua disseminação para outras pessoas da família, vale a pena tomar algumas medidas preventivas:
  • Lave diariamente a roupa, os lençóis e as toalhas da criança com o impetigo.
  • Não permita que outras pessoas usem a mesma toalha, sabonete e itens pessoais da criança.
  • O banho deve ser completo e diário.
  • As mãos das crianças devem ser lavadas regularmente e as unhas mantidas bem curtas.
  • Para quem cuida das lesões, é preciso lavar muito bem as mãos antes e depois da manipulação das feridas.
  • Durante o tratamento, é aconselhável usar roupas folgadas de algodão, para reduzir o atrito com a pele e, com isso, a disseminação das lesões.







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