segunda-feira, 19 de março de 2012

Crianças que perdem o fôlego


O que é perda de fôlego?
A “perda de fôlego” é uma situação bastante comum na infância e que gera preocupações para muitos pais. A criança parece perder mesmo o seu fôlego e esta condição é resultado de uma apnéia (parada na respiração) provocada pela própria criança, podendo ser ocasional ou ocorrer várias vezes durante o dia.
A perda de fôlego ocorre em aproximadamente 5% da população, principalmente entre os 6 meses e os 2 anos de vida, podendo se estender um pouco além, mas geralmente não costuma acontecer após os 5 anos de idade. Normalmente há uma história familiar de perda de fôlego em 25% dos casos e pode ocorrer igualmente em meninos e meninas. Os casos não são perigosos e não causam dano cerebral, como muitos pais temem. Então, para enfrentar a situação com tranqüilidade, é bom saber um pouco mais sobre este assunto.

Por que acontece a perda de fôlego?
As crianças pequenas, quando contrariadas nas suas vontades, podem reagir com cara de brava, com gritos, com sapateados ou “chiliques” e mais comumente com um alto e sonoro choro. E durante este choro, às vezes, ocorre um espasmo, com uma parada na respiração, provocando a crise de perda de fôlego.

Como a criança se apresenta numa crise de perda de fôlego?
No meio do choro, a criança para de respirar e fica inerte, quase desmaiada. Em meio à choradeira, a criança fica sem ar e até desmaia. O episódio é muito curto, dura em média, uns 20 segundos, mas é suficiente para apavorar os pais e outras pessoas que também cuidam das crianças.

Tipos de perda de fôlego:Existem dois principais tipos de crises de perda de fôlego: as cianóticas (em que a pele da criança fica arroxeada) e as não-cianóticas (quando a criança só fica pálida, mas não fica roxa).

Crises cianóticas: A crise cianótica costuma ser desencadeada por uma situação de estresse para a criança. Na maior parte das vezes, acontece após a criança sentir-se contrariada. Neste caso, a criança chora e, de repente, ela para de respirar, causando a cor roxa da pele e das mucosas. Algumas vezes, ela parece ficar inconsciente por breves segundos e, ao retomar a respiração normal, volta a chorar.

Crises não cianóticas: As crises não-cianóticas acontecem sem choro e em geral, são motivadas por um susto, por uma batida forte ou por um acesso de vômito. Nesta situação a respiração é momentaneamente bloqueada, como num episódio de soluço. A criança fica pálida e, às vezes, perde a consciência. Mas não há alteração da circulação ou oxigenação e a recuperação é espontânea.

Em qualquer destas duas situações, não há motivo para preocupação. Mesmo assim, convém notificar o pediatra destes episódios.

Se ficar constatado que se trata da crise da perda de fôlego, não há nada a fazer. O melhor remédio nesse momento é tentar direcionar a atenção da criança para outra coisa de que ela goste, por exemplo: um brinquedo ou uma brincadeira para distraí-la e tirá-la desta situação.

A perda de fôlego pode ser um prenúncio de convulsão?
NÃO. Perda de fôlego não se trata de uma convulsão e em menos de um minuto a criança respirará de forma normal e estará completamente alerta. O pediatra avalia outras situações em que é necessária uma investigação mais aprofundada para descartar episódios de convulsão com exames específicos.

O que se pode fazer nos casos de perda de fôlego?
Fique ao lado de seu filho e tente não entrar em pânico. Durante a crise de perda de fôlego, seu filho deve permanecer deitado, porque esta posição aumenta a circulação de sangue no cérebro.
Não é necessário fazer manobras de respiração boca a boca, nem chacoalhar a criança, ou virá-la de cabeça para baixo, ou jogar água em seu rosto, ou passar álcool em seus pulsos. Em poucos instantes o organismo retoma a respiração normal e a consciência volta.
Passada a crise, comunique o fato ao pediatra para que ele faça o diagnóstico e informe a melhor conduta a seguir.

Estes ataques são inofensivos e cessam por si mesmos. A perda de fôlego não é considerada uma doença, portanto não há necessidade de qualquer tratamento medicamentoso.

Nessa hora, é fundamental manter a calma a qualquer custo e não “fazer drama”, nem supervalorizar a situação, porque se os pais se apavoram demais e dão muita atenção a estes momentos de perda de fôlego, a crise tende a se repetir toda vez que a criança é contrariada ou é repreendida e isso pode, desnecessariamente, prejudicar o processo de educação em família.




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