sexta-feira, 9 de março de 2012

Doença da arranhadura do gato



O convívio com animais de estimação é recomendável e benéfico para as crianças, que aprendem desde cedo a respeitar e cuidar dos animais. Mas algumas precauções são importantes para que os pequenos animais não transmitam doenças para nossas crianças. Uma delas é a Doença da arranhadura do gato, ou Cat Scratch Disease.



O que é a doença da arranhadura do gato?
É uma infecção causada por uma bactéria chamada Bartonella hensellae, que é inoculada através da arranhadura ou mordedura do gato. Outros animais como cães e macacos também podem transmitir a Bartonella, mas o gato, especialmente o filhotinho, é o principal agente transmissor da doença. Os filhotes de gatos são contaminados pela bactéria quando são picados por uma pulga e eles podem permanecer com esta bactéria por muitos meses sem apresentarem qualquer sintoma. A pulga chamada Ctenocephalides fellis, ou a “pulga do gato” excreta a bactéria Bartonella hanselae em suas fezes que são inoculadas nos gatos durante as picadas. Embora as pulgas disseminem a bactéria entre os gatos, não se tem evidências de que as pulgas transmitam a doença aos humanos.

Como ocorre a transmissão?
Aproximadamente 40% dos gatos têm esta bactéria em algum momento de suas vidas, principalmente quando eles são bem novinhos. A bactéria fica presente na saliva dos gatos, que ao se lamberem contaminam seus pêlos e patas, por isso eles podem transmitir a bactéria ao ser humano através da mordida, lambida ou arranhadura. Esta doença não é grave em pessoas saudáveis, mas pode ser um problema maior nas pessoas com algum estado de diminuição da imunidade.

Quais são os sintomas?
A maioria das pessoas com doença da arranhadura do gato se lembra de ter tido contato com um gato, mas não se lembra de ter sido arranhada, lambida ou mordida. Uma pequena pápula no local da inoculação (ferida por onde a bactéria penetra) se desenvolve alguns dias após a arranhadura ou a mordida e pode ser confundidas com uma picada de inseto.

Geralmente esta pápula se desenvolve em mãos e braços e normalmente não é dolorosa. A forma clássica da doença da arranhadura do gato acontece freqüentemente após duas semanas da arranhadura ou mordida por gato, quando um ou mais gânglios (ínguas) próximos ao local da lesão aumentam de tamanho e se tornam dolorosos à palpação. Os locais mais freqüentes são na região de cotovelo, axila ou pescoço. Este aumento dos gânglios, além da dor, pode ser acompanhado de vermelhidão, calor no local e até mesmo de saída de secreção ou pus.

As crianças, geralmente, têm um quadro clínico bastante leve. O inchaço dos gânglios é o principal sintoma da doença e é o que normalmente leva os pais ao consultório médico. Em caso de presença de sintomas gerais, pode ocorrer: febre, cansaço, perda de apetite, dor de cabeça, vermelhidão no corpo (rash cutâneo) e dor de garganta que podem durar até 2 semanas. Para confirmação do diagnóstico, pode-se fazer um exame de sangue chamado sorologia.

Casos atípicos podem ocorrer, embora sejam bem raros. Nestes casos, pode haver acometimento do fígado, baço, pulmões, ossos e articulações. Alguns têm infecção ocular (Síndrome oculoglandular de Parinaud) com sintomas de inflamação de conjuntiva e de aumento de gânglio próximo a orelha.

Existe tratamento?
A maioria dos casos de doença da arranhadura do gato não requer qualquer tratamento, principalmente nas pessoas com imunidade normal. Os gânglios regridem em dois a três meses, sem necessidade de antibióticos. Contudo nas pessoas imunodeprimidas, pode haver necessidade de tratamento com antibióticos.

Quanto aos gatos, eles não precisam de qualquer tratamento, porque a bactéria não traz manifestações ou doença para o animal, que simplesmente é um veiculador da infecção para os humanos.

Como prevenir a doença?
Se você ficou preocupado com a doença da arranhadura de gato, não precisa se livrar do animalzinho de estimação da família. A doença geralmente não é grave e algumas medidas preventivas podem deixar a doença bem longe de seus filhos:

1) É importante ensinar as crianças a não irritarem os gatos, porque a grande maioria das mordeduras e arranhaduras acontece porque os gatos foram provocados.

2) Ensinar as crianças a não mexerem com gatos desconhecidos ou de rua.

3) Não deixar os gatos morderem, arranharem ou lamberem um machucado na pele e, principalmente, as áreas próximas dos olhos.

4) Outra medida importante, já que a bactéria está presente também nos pêlos, é a lavagem cuidadosa das mãos após brincar com os gatinhos. Vejam o post sobre a lavagem de mãos (http://www.pediatrio.blogspot.com/2011/04/como-lavar-as-maos-cante-parabens-voce.html)

5) Se a criança for arranhada ou mordida por um gatinho, deve-se imediatamente lavar a área do ferimento com bastante água e sabão.

6) Levar o animal ao veterinário para tomar medidas para exterminar a pulgas.

7) Não há necessidade de isolamento, pois a doença da arranhadura do gato não é contagiosa de pessoa para pessoa.






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