terça-feira, 14 de agosto de 2012

Mel e Botulismo



O mel é um alimento com reconhecida propriedade antibiótica. Há estudos mostrando que ele melhora a gastrite, prevenindo o crescimento da bactéria Helicobacter pylori, hoje sabidamente associada ao aparecimento da gastrite e de úlceras gástricas. Além disto, é um santo remédio para a tosse seca e irritativa, como já diziam nossas avós.
Porém, todos estes benefícios só podem ser desfrutados a partir de um ano de idade. Isto, porque o mel é um alimento que pode conter esporos de uma bactéria chamada Clostridium, causadora da doença conhecida como Botulismo.
Nos adultos, a ingestão dos esporos botulínicos, na grande maioria das vezes, não causa nada, pois o sistema digestivo é suficientemente maduro para combatê-los. Porém, o mesmo não ocorre com bebês pequenos, principalmente menores de um ano, em que estes esporos chegam ao intestino e lá germinam, produzindo a toxina botulínica.
A toxina botulínica é uma das substâncias mais venenosas para o ser humano. Para se ter ideia de seu poder letal, uma quantidade de 0,0000001 mg por kilograma de peso pode paralisar a musculatura respiratória, levando à morte. Por isto, não se dá mel nem encostando a chupeta do bebê, para ele se acalmar.
O primeiro sintoma de botulismo é a prisão de ventre, ou obstipação, que pode ocorrer de três a trinta dias após a ingestão do mel contendo esporos botulínicos. A partir daí, a criança desenvolve fraqueza, prostração, falta de apetite, choro fraco. Se a doença progride, a criança vai ficando mais e mais fraquinha, chegando a nem engolir a saliva. Há perda do controle da cabeça e parada respiratória gradual ou súbita. Estas crianças necessitam de tratamento em UTI, para suporte respiratório e nutricional, até que a recuperação ocorra.
Portanto, mel só a partir de um ano de idade, pois, com certeza, prevenir o botulismo é bem mais fácil do que remediá-lo.







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