A obstrução das vias lacrimais é muito comum em bebês novinhos e algumas pessoas podem confundi-la com uma conjuntivite neonatal. Os pais geralmente observam que um dos olhos do bebê apresenta um maior lacrimejamento e fica parecendo que o bebê produz mais lágrimas em um dos olhos. Associado a este fato, pode-se observar também um acúmulo de secreção amarelada no canto interno de um dos olhos e, às vezes, nos dois olhos.
Vejam na figura onde ocorre a produção e a drenagem das lágrimas: as lágrimas são produzidas em uma glândula lacrimal que fica localizada sob a pálpebra superior. As lágrimas produzidas pela glândula escorrem sobre a superfície do olho e depois são drenadas pelas vias lacrimais que conduzem as lágrimas para a parte interna do nariz. Desta forma, ocorre a limpeza e a lubrificação contínua do globo ocular.
Alguns bebês têm as vias lacrimais estreitas, o que causa uma dificuldade na drenagem das lágrimas. Na grande maioria dos casos, o calibre das vias lacrimais aumenta com o crescimento do bebê e a obstrução se resolve até no máximo um ano de idade. Enquanto isto não acontece, a conduta é fazer massagem sobre as vias lacrimais, auxiliando a drenagem das lágrimas. Esta massagem pode ser feita com o seu dedo mínimo posicionado sobre o local do canal lacrimal, realizando movimentos circulares dez vezes em sentido horário e dez vezes em sentido anti-horário, com uma leve pressão no local, para ajudar o canal lacrimal a se afrouxar.
Em algumas situações, pode ocorrer uma infecção na secreção que se acumula no local, podendo ser necessária a utilização de um colírio de antibióticos. Raramente, quando não ocorre a resolução espontânea da obstrução, o oftalmologista realiza um procedimento para a desobstrução das vias lacrimais. A tendência dos oftalmologistas hoje em dia é aguardar , realizando massagens e tratamento clínico até um ano de idade, quando a grande maioria dos casos se resolve.