A chupeta, já há algum tempo, passou de mero objeto calmante para bebês ávidos por sucção, a instrumento preventivo da morte súbita, segundo as orientações da Academia Americana de Pediatria, conforme relatamos neste post aqui. Segundo estas orientações, o uso da chupeta seria ideal até se completar o primeiro ano de vida, quando ela deveria ser retirada. Segundo alguns especialistas, o período entre um ano e um ano e meio seria o correto para a retirada da chupeta, uma vez que, após um ano de idade, a necessidade de sucção diminui muito e a chupeta passa a ser apenas um hábito. Porém, o que se observa na prática não é bem isso. As crianças acabam chupando a chupeta por mais tempo e os pais vão deixando, porque não têm muita coragem de tirar, temendo quase a “terceira guerra mundial”. E, cada vez vai ficando mais difícil retirá-la e maior deformação na arcada dentária vai ocorrendo. Se a chupeta é retirada até três anos, a arcada dentária costuma voltar bem próxima do normal, mas quando se permite o uso além desta idade, fica mais difícil melhorar sozinha. Portanto, se sua criança já está com dois anos e chupa chupeta, prepare-se para retirá-la.
Muitas vezes o processo é bem mais fácil do que os pais imaginam. Algumas crianças se conformam e logo se adaptam sem o “bico” para chupar. Outras já são mais resistentes, batendo o pé e “resistindo” um pouco mais à nova situação. Mas, no final das contas, acabam se acostumando. Portanto, só tirando para saber.
Pode-se retirar a chupeta de duas formas: de uma só vez ou aos pouquinhos. Para as crianças que são maiores de dois anos e já são “chupadoras contumazes”, pode ser mais difícil tirar de uma vez só. Para se tirar aos poucos, primeiro se combina que a chupeta é só em casa. Nada de chupar na escola, no carro ou em qualquer outro lugar. Depois de uns dez dias, se combina que a chupeta só vai ser dada na hora de dormir. E, finalmente, após mais uns dez dias, se retira a chupeta, pois “você já é um(a) mocinho(a)”! Pode acontecer um pouco de choro nos primeiros dias, mas a criança vai se acostumar.
Retirando a chupeta de uma forma ou de outra, é importante seguir algumas regrinhas básicas:
- Uma vez iniciada a retirada, NUNCA, em hipótese alguma, volte atrás
- Seja firme e encare a retirada da chupeta como um passo à frente no desenvolvimento da criança
- Uma vez retirada(s) a(s) chupeta(s), JOGUE-A(S) FORA, inclusive as da casa da vovó
- Se a sua criança quer a chupeta de volta, não dê bronca nem a faça sentir-se mal. Seja paciente, mas enfática, dizendo que a chupeta se foi e não volta
- Sempre repita e elogie, que “Agora você não é mais bebê. O bebê ficou mocinho(a)!”
- Dê um bichinho de pelúcia de presente, para fazer companhia à noite, no lugar da chupeta
- Procure não retirar a chupeta em épocas de mudança, como o início da escola, a chegada de um irmãozinho, a retirada das fraldas ou a mudança de casa
Algumas dicas para retirar a chupeta:
- Molhe a chupeta em água com detergente, para ficar com gosto ruim (não há problema engolir restos de detergente)
- Faça furos na chupeta, para que ela rasgue, e diga que a chupeta quebrou e precisa ir para o lixo
- Combine com o dentista ou pediatra para que digam que a chupeta está fazendo mal para os dentes e precisa ser retirada
Crie estórias que facilitem a retirada. Vale tudo, mas vou dar alguns exemplos:
- Diga que a fada da chupeta (ou o coelhinho da Páscoa, ou o Papai Noel) levou a chupeta e deixou um ursinho de pelúcia no lugar (com um bilhete explicando)
- Coloque uma foto de um ladrão sendo preso por um policial e diga que isto aconteceu porque ele roubou a chupeta. Cole na geladeira a foto e repita a mesma estória sempre que a criança lembrar e pedir a chupeta
- Amarre a chupeta em alguns balões de hélio e solte, para ela ser levada para um bebê sem chupeta que mora na lua
Olhe só nesta foto uma árvore de chupetas (jogadas para gatinhos filhotes)